25 de março de 2012

MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO (2011)



Direção: Paul Feig
Elenco: Kristen Wiig, Jessica St. Clair, Terry Crews


O famoso Judd Apatow, mundialmente conhecido por produzir vários sucessos críticos e comerciais como O Virgem de 40 Anos (2005) e Ligeiramente Grávidos (2007), nos traz, nesse começo de 2012, o filme Missão Madrinha de Casamento. Uma comédia cativante que se centra em Annie (Kristen Wiig), uma mulher solteira e falida que tentará desenvencilhar-se da difícil tarefa de ser a dama de hora da sua maior amiga, Lilian (Maya Rudolph), uma tarefa que parece fácil, mas que vai mudar a sua vida.


A história de Missão Madrinha de Casamento não é muito diferente da de outras comédias românticas como, por exemplo, O Casamento dos Meus Sonhos (2001) ou Muito Bem Acompanhada (2005), mas, ao contrário destas comédias sofríveis, Missão Madrinha de Casamento oferece-nos algumas cenas verdadeiramente engraçadas, mesmo que poucas, que não utilizam um humor obsceno ou artificial para nos entreter. É verdade que Paul Feig utiliza conteúdos para adultos nestas suas cenas cômicas, mas nunca os utiliza de forma abusiva ou indecente, afinal de contas estamos diante de uma comédia que, ao contrário de Se Beber Não Case (2010), é direcionada às mulheres, tendo, portanto, que ser mais feminina e menos indecente.


A vertente humorística de Missão Madrinha de Casamento está sustentada, principalmente, na fantástica dinâmica que se estabelece entre Annie (Kristen Wiig), Lilian (Maya Rudolph) e as outras damas de honra, sendo destaque a fervorosa rivalidade entre Annie e Helen (Rose Byrne), rivalidade essa que está no centro das cenas mais divertidas deste filme. Liderando o elenco temos Kristen Wiig, uma atriz relativamente conhecida que, além de nos oferecer uma excelente performance como uma dama de honra à beira de uma crise nervosa, também escreveu o enredo ao lado de Annie Mumolo.


O elenco de Missão Madrinha de Casamento é liderado por Kristen Wiig, no entanto, Rose Byrne, Maya Rudolph e Wendi McLendon-Covey também nos oferecem três performances muito interessantes, porém é Melissa McCarthy que mais nos cativa como Meagan, uma mulher excêntrica que se assume como o equivalente de Alan (Zach Galifianakis) da franquia Se Beber Não Case. No elenco secundário de Missão Madrinha de Casamento também encontramos Jill Clayburgh, uma atriz veterana recentemente falecida, que teve com esta comédia um excelente último trabalho.


Em suma, ao contrário da maioria das comédias norte-americanas, este é um filme divertido e verdadeiramente cativante que merece ser visto.




TRAILER:


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18 de março de 2012

ESPOSA DE MENTIRINHA (2011)




Direção: Dennis Dugan
Elenco: Jennifer Aniston, Adam Sandler, Nicole Kidman, Heidi Montag


Adam Sandler e Jennifer Aniston construíram uma carreira de sucesso à custa de comédias e de comédias românticas, no entanto, muitos dos seus filmes foram trucidados pela crítica que também massacrou este Esposa de Mentirinha, uma comédia romântica que não é tão má como outros filmes semelhantes, mas que infelizmente não acrescenta nada de novo às comédias românticas ou às carreiras destes dois atores.


A história centra-se em Danny (Adam Sandler), um cirurgião plástico de meia-idade que inicia um relacionamento amoroso com Palmer (Brooklyn Decker), uma mulher extremamente sensual, que é muito mais nova que ele, e que insiste em conhecer a sua mulher, que ele inventou como forma de seduzi-la. Para se safar desta mentira, Danny pede à sua assistente, Katherine (Jennifer Aniston), que se faça passar por sua mulher apenas por uma noite, no entanto, uma série de fortuitos acontecimentos alteram a mentira inicial e levam Danny e Katherine a levar o seu casamento falso ao extremo.


O enredo deste filme é extremamente semelhante ao de outras comédias românticas norte-americanas como Antes Só do que Mal Casado (2007) ou Sobrevivendo ao Natal (2004), comédias similarmente fracas e comercialmente rentáveis. Esposa de Mentirinha não deve muito à criatividade, mas assume-se, mesmo assim, como uma comédia mais eficaz e relativamente mais cativante que os seus maiores rivais comerciais, no entanto, isto não o salva da mediocridade.


O seu elenco também tem um desempenho sofrível. Os astros Adam Sandler e Jennifer Aniston não convencem nem individualmente nem coletivamente e Brooklyn Decker não passa de um mero atrativo visual que pouco acrescenta ao filme. A nível técnico, Esposa de Mentirinha não tem nenhum pormenor interessante, tanto a sua trilha sonora, quanto os seus elementos mais secundários (cenários ou vestuário) são comuns, um termo que pode ser utilizado para classificar este filme na sua totalidade.



TRAILER:


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13 de março de 2012

A MULHER DE PRETO (2012)



Direção: James Watkins
Elenco: Daniel Radcliffe, Janet McTeer, Ciarán Hinds


A Mulher de Preto é um filme de suma importância para Daniel Radcliffe. Após se tornar um dos mais conhecidos (e ricos) adolescentes do mundo como Harry Potter, Radcliffe quer afirmar sua carreira de ator, fora da saga. A escolha para primeiro projeto pós-Harry Potter acabou recaindo num filme de terror de época, em que Radcliffe é Arthur Kipps, um advogado que prepara a venda de uma casa na Inglaterra rural.


O filme tem grande facilidade em criar um clima obscuro. Não só pela situação de Arthur, um jovem pai viúvo que tem visões da esposa falecida no parto de seu filho, como do próprio povoado fechado que o recebe de forma surpreendentemente hostil. Logo aqui percebemos que há um problema naquele vilarejo, onde as crianças dificilmente chegam à idade adulta. Arthur acaba percebendo que a superstição popular associa as mortes à casa que ele pretende colocar à venda, que, segundo os habitantes locais, está assombrada por uma estranha mulher de preto.


Embora, de uma forma geral, seja eficaz nos seus propósitos, A Mulher de Preto falha sobretudo em termos da construção da narrativa, e, por não dar grandes explicações para o mistério que conduz toda a história, acaba tendo dificuldades em distinguir-se dos diversos projetos que abordam temáticas semelhantes. Infelizmente, o filme deixa pouco ao poder de sugestão do espectador, e, por isso, grande parte dos sustos são puramente visuais.


Quanto a Daniel Radcliffe, este tem mérito no esforço notório em despir-se da pele de Harry Potter. No entanto, resta saber se o próprio espectador estará pronto para ver além de “Potter contra os fantasmas”. Por isso mesmo, apesar de ter alguns momentos assustadores, como se impunha, A Mulher de Preto acaba não conseguindo se afastar do medianismo.




TRAILER:


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4 de março de 2012

OS DESCENDENTES (2011)



Direção: Alexander Payne
Elenco: George Clooney, Shailene Woodley, Beau Bridges


Os brilhantes As Confissões de Schmidt (2002) e Sideways – Entre Umas e Outras (2004) maravilharam a crítica internacional e transformaram Alexander Payne num dos diretores mais badalados de Hollywood. O seu novo filme, Os Descendentes, está no nível dessas fantásticas obras dramáticas e, tal como estas, oferece-nos uma narrativa realista e emocionalmente ativa que aborda, com certa leveza e humor, os vários altos e baixos do destino e da vida em família. A sua história relata-nos a louca e dramática aventura familiar de Matt King (George Clooney), um advogado e homem de negócios residente no Havaí, que após o trágico acidente de barco que coloca a sua mulher em coma, tenta tomar as rédeas da sua família. As suas duas filhas (Shailene Woodley e Amara Miller), com quem mantinha uma relação distante, vão ajudá-lo a trilhar o caminho que tem pela frente, entretanto agravado com a descoberta de que a sua mulher mantinha uma relação extraconjugal com um homem casado.


O livro homônimo de Kaui Hart Hemmings está na base desta bela e tocante comédia dramática, sobre um homem comum que tenta lidar com os difíceis dramas familiares que afetam a sua vida: a infidelidade da sua mulher e os efeitos que a iminente morte desta terá nas suas duas filhas. O início de Os Descendentes mostra-nos um Matt King dedicado à sua mulher, Elizabeth King (Patricia Hastie), e confiante numa eventual melhoria do seu delicado estado de saúde, mas também nos dá a entender que ele é, antes de tudo, um trabalhador obsessivo que favorece a sua carreira em detrimento da sua vida familiar, sendo por isso incapaz de lidar com as violentas atitudes da sua filha mais nova, Scottie King (Amara Miller), ou com a rebeldia incontrolável da sua filha mais velha, Alexandra King (Shailene Woodley). O seu calmo e confiante estado emocional se altera mal o médico da sua mulher o informa que ela está com morte cerebral e que, de acordo com o seu testamento, todas as máquinas que a mantêm viva têm que ser desligadas. Inicialmente, Matt fica arrasado e hesita em contar a verdade à sua família e a todos os seus conhecidos, mas acaba revelando esta triste notícia à sua filha mais velha que, por sua vez, também lhe revela que Elizabeth o traía com outro homem.


Esta bombástica e devastadora revelação deixa-o furioso e com muitas dúvidas sobre os motivos que levaram Elizabeth a traí-lo com outro homem, mas em vez de se torturar emocionalmente ou atacar o bom nome da sua mulher, decide tentar encontrar o seu amante misterioso, numa última tentativa de descobrir a verdade. O enredo de Os Descendentes utiliza habilmente esta demanda de Matt para analisar os altos e baixos do seu estado emocional, mas também para nos mostrar o seu admirável caráter que é exteriorizado em várias cenas, nomeadamente na sua constante recusa em revelar a traição da sua mulher à sua filha mais nova, aos seus familiares ou até à mulher do amante. O “confronto final" com o amante também exterioriza este seu lado mais cordial, mas também reforça a leve essência desta obra porque tudo acontece de uma forma muito civilizada e sem nenhuma cena violenta ou excessivamente dramática.


A um nível mais secundário, Matt King também tem que lidar com a desmesurada avidez da sua família que, na sua maioria, parece decidida em alienar o último terreno da sua herança centenária, mesmo que isso implique a destruição de uma bela zona natural. Matt era inicialmente um dos maiores defensores da venda, mas os recentes acontecimentos motivam-no a defender a herança e a contrariar a vontade da maioria dos seus familiares, algo que é aplaudido pela comunidade havaiana e pelas suas filhas que, ao longo do filme, foram restabelecendo e reconstruindo a seu lado uma forte relação de confiança e amor que acaba por ser evidenciada pelas últimas cenas do filme.


Esta soberba reconstrução familiar é abordada de uma forma muito leve e cuidadosa. A verdade é que todos os temas do filme são abordados com muita sensibilidade e humor, deixando de fora melodramas desnecessários ou elementos excessivamente confusos e intelectuais. É esta leveza e naturalidade que torna Os Descendentes num filme diferente e cativante, que muito dificilmente cansará a sua audiência, no entanto, convém referir que a sua essência cômica e natural não afasta a sua base dramática ou as diferentes nuances emocionais dos seus temas.


O trabalho de Alexander Payne é, uma vez mais, soberbo. Além de ter criado um enredo leve e cativante, Payne dirigiu com mestria e criatividade esta obra. A forma realista como retrata a vida familiar de Matt King é soberba, notando-se claramente a essência de As Confissões de Schmidt e Sideways nas várias movimentações da câmara, que parece estar sempre colada à face dos atores, numa clara tentativa de recolher todas as suas expressões faciais. Os belos e idílicos cenários naturais do Havaí também reforçam a beleza estética desta obra, que tem no seu elenco um dos seus maiores atrativos.


George Clooney está fenomenal como um advogado com um forte sentido moral que subitamente vê o seu mundo ruir, mas que consegue dar a volta por cima e superar todas as adversidades familiares e sair de toda esta situação com uma forte relação com as suas filhas. Clooney soube contrabalançar o drama e o humor inerentes à sua personagem sem muita dificuldade, algo que não está ao alcance de muitos e que prova, uma vez mais, o seu incrível talento. No seu elenco secundário também encontramos um belo trabalho da relativamente desconhecida Shailene Woodley, que nos convence como a rebelde Alexandra King. É óbvio que Os Descendentes foi o grande rival de O Artista (2011) pelo Oscar de Melhor Filme, uma honrosa estatueta dourada que infelizmente só poderia ser atribuída a um destes extraordinários filmes, que acabaram trazendo, à sua maneira, algo de novo e leve à sétima arte. É de louvar mais um belo trabalho de Alexander Payne, que volta a comprovar o seu enorme valor e talento para realizar comédias dramáticas muito interessantes e cativantes.



 
TRAILER:


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