23 de abril de 2012

ANJOS E DEMÔNIOS (2009)



 
Direção: Ron Howard
Elenco: Tom Hanks, Ayelet Zurer, Ewan McGregor


Baseado na obra original de Dan Brown, Anjos e Demônios é uma prequela do badalado O Código Da Vinci (2006), também dirigido por Ron Howard e protagonizado por Tom Hanks.


Nesse filme, o professor de Simbologia de Harvard, Robert Langdon (Tom Hanks) é chamado a um dos maiores centros de pesquisa científica do mundo, o CERN para investigar um estranho símbolo marcado a fogo no peito de um cientista suíço, que fora assassinado. Ao conseguir decifrar na marca deixada no peito do físico a assinatura dos Illuminati, uma sociedade secreta julgada extinta há quatrocentos anos e que tem como objetivo destruir a Igreja Católica, Langdon e a investigadora Vittoria Vetra (Aylet Zurer), filha do físico assassinado, são levados para a Cidade do Vaticano onde irão colaborar com a Guarda Suíça e com a polícia na busca de quatro cardeais raptados misteriosamente na noite anterior ao início do conclave que irá eleger o novo Papa e da antimatéria roubada do centro de investigação e que ameaça destruir toda a cidade do Vaticano.


Os quatro cardeais eram os preferiti para suceder ao falecido Papa. Esta investigação leva Langdon e a sua colaboradora numa busca contra o tempo para encontrar o lugar secreto onde os Illuminati se reuniam. Esta busca transporta-nos para cenários majestosos, reais e reconstituídos, de antiquíssimas igrejas e catedrais romanas, de interiores da cidade do Vaticano, da própria Capela Sistina e da Praça de São Pedro, num jogo onde os bons e os maus se confundem e trocam ciclicamente de posição. Em questão, estão a sucessão no pontificado e a ameaça, real ou criada, da vingança dos Illuminati.


O filme peca, em meu entender pela excessiva americanização das personagens, das perseguições, dos revezes da ação que contrasta vivamente com o ambiente profundamente europeu onde tudo se desenrola. À vertiginosa luta contra o tempo de Langdon juntam-se brutais cenas de violência que nos transportam para os sacrifícios feitos no passado em nome da religião. De fato, Ron Howard não se coibiu de nos mostrar a crueldade e a violência da forma mais chocante. O mistério e a sucessiva descodificação das pistas criam um suspense permanente até ao final, sabiamente reforçado pelo fato de, quando tudo parece estar resolvido, haver uma reviravolta. As peripécias e as informações sobre a conspiração intricam-se de tal maneira que nem todos os pormenores são facilmente perceptíveis pelo espectador, no entanto, a grande dicotomia americana entre bons e maus permite-nos, depois dos jogos em que estes trocam de papéis e se confundem, chegar ao final com uma sensação de alívio por a justiça ter sido feita.


TRAILER



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16 de abril de 2012

DESCONHECIDO (2011)




Direção: Jaume Collet-Serra
Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, January Jones, Bruno Ganz, Aidan Quinn, Frank Langella


Jaume Collet-Serra é o mesmo diretor de A Órfã (2009), filme que facilmente se afirmou como um dos thrillers mais eficazes e interessantes dos últimos anos. Dois anos mais tarde, o jovem diretor catalão muda ligeiramente de tema para, conjuntamente com o carismático Liam Neeson, nos levar até ao centro de uma conspiração internacional. Detentor de um roteiro competente, personagens minimamente verossímeis e sequências de ação de deixar os fãs do gênero de olhos vidrados na tela, Desconhecido é tudo aquilo que podíamos esperar: uma aventura cheia de adrenalina, suportada por uma trama bem desenvolvida e que tem como primordial objetivo entreter o espectador.


Quando Martin Harris (Liam Neeson) chega a Berlim, acompanhado pela sua mulher Elizabeth Harris (bela, mas pouco convincente January Jones), pensa que vai poder dar a sua palestra de biotecnologia tranquilo e sossegado. Porém ao chegar ao hotel onde deveria ficar hospedado, um inesperado revés acontece: a mala que contém todos os seus documentos pessoais foi esquecida no aeroporto. De imediato, Martin entra num táxi, conduzido por Gina (Diane Kruger) para regressar ao aeroporto. Mas esse destino jamais seria alcançado, porque eles sofrem um acidente de carro e Martin entra em coma. Quatro dias depois, Martin acorda em um hospital, quase sem memória. Poucas são as coisas de que se lembra e, quando finalmente regressa ao hotel para reencontrar a esposa, depara-se com uma aflitiva situação: Elizabeth não o reconhece e, pior do que isso, outro homem tomou o seu lugar, afirmando ser o verdadeiro Martin Harris e acusando-o de ser um impostor. Naturalmente, Martin entra em conflito com as suas próprias convicções. Teria enlouquecido? Ou estariam enganando-o? E, optando por esta segunda vertente de pensamento, ele recorre à ajuda de Gina e de um ex-agente da Stasi alemã (sempre hipnotizante Bruno Ganz) para descobrir o que está acontecendo e recuperar a sua identidade perdida.


As semelhanças com Busca Implacável (2008) – eletrizante filme de Pierre Morel – são muitas, embora Desconhecido mantenha a sua própria identidade. Aqui, Liam Neeson volta a estar entregue a uma alucinante corrida contra o tempo, onde os mistérios são esclarecidos de forma competente e as diversas personagens vão ganhando consistência dramática com o decorrer dos acontecimentos. Desconhecido está um pouco abaixo de Busca Implacável. Isso é inegável. Mas ainda assim, consegue contemplar-nos com algumas sequências de ação absolutamente fantásticas, com destaque para a cena da fuga de automóvel.


Liam Neeson e Bruno Ganz são as estrelas que mais se destacam. O primeiro porque preserva o carisma e a segurança que lhe é conhecida. O segundo porque nos oferece a interpretação mais metódica e arrepiante de todo o filme, comprovando que o talento demonstrado em A Queda! As Últimas Horas de Hitler (2004) não foi nenhum acidente de percurso. De todos os atores, January Jones é aquela que menos convence, parecendo, por vezes, meio perdida e não conseguindo injetar a força necessária à sua personagem.


Para terminar, resta dizer que o roteiro de Oliver Butcher e Stephen Cornwell, por mais competente que seja, também não está isento de falhas, apresentando algumas arestas por limar e outros buracos por tapar. Algo que, no entanto, não transforma Desconhecido numa obra dispensável, talvez por culpa da direção segura de Collet-Serra e da compostura de um leque de atores acima da média. Pode dizer-se que este filme dificilmente figurará das listas de clássicos da Sétima Arte, mas certamente cumprirá a sede de entretenimento do espectador mais tolerante.




 TRAILER:


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12 de abril de 2012

[GRANDES CLÁSSICOS] O EXORCISTA (1973)



Direção: William Friedkin
Elenco: Ellen Burstyn, Max Von Sydow, Jason Miller, Linda Blair e Lee J. Cobb


Mais do que um filme de terror, O Exorcista é ‘O filme de terror’. Baseado no fantástico romance de William Peter Blatty (que também escreveu o roteiro e produziu o filme), O Exorcista transformou-se num filme de cultuado e respeitado em todo o mundo. Em 1973, William Friedkin dirigia a sua obra-prima cinematográfica e assim nascia o melhor filme de terror de todos os tempos. O Exorcista marcou a História do cinema: nunca um filme de terror havia sido feito desta maneira; nunca um filme de terror tinha sido indicado para o Oscar (entre outros prêmios) de Melhor Filme; nunca um filme de terror tinha conseguido reunir o respeito e o clamor da crítica mundial. Pela primeira vez um filme de terror era visto como algo mais que um filme de série B; pela primeira vez o mundo ficou sabendo que era possível fazer um filme de terror dramático, poderoso, intenso e sério; pela primeira vez um filme de terror tinha potencial dramático, conseguindo assustar-nos, mas também comover-nos e fazer-nos sentir a dor genuína das personagens. E é por isso que O Exorcista é tão bom e tão importante para a História do cinema e deste gênero cinematográfico.


Todo o filme gira em torno do desespero que uma mãe sente ao ver a personalidade e o comportamento da filha mudarem drasticamente; de um dia para o outro, a filha começa a dizer coisas estranhas, começa a comportar-se de modo inadequado. Os médicos sugerem uma crise psicológica típica da adolescência, porém, passado uns tempos, os sintomas começam a manifestar-se também fisicamente e é aí que a pobre mãe começa a considerar outras hipóteses, recorrendo aos serviços da Igreja e de um padre em decadência… Numa era em que a ciência consegue explicar tudo (ou quase tudo) e as crenças religiosas são postas de lado, o caso da menina começa a suscitar algumas dúvidas na mente da mãe, levando-a a pensar numa possível possessão demoníaca. Esta é a história do filme, que consegue manter um ritmo de prosa intenso e aterrorizante. Filmado de forma absolutamente excepcional, com interpretações eletrizantes por parte de Ellen Burstyn, Jason Miller e a então pequena Linda Blair, O Exorcista consegue aterrorizar e comover qualquer um. A direção artística, a fotografia escura e sutil, a trilha sonora comovente; tudo pontos a favor da maior obra de terror da História do cinema.


É pena que na atualidade já não se façam filmes assim. É pena que nos dias de hoje as pessoas vejam um Resident Evil (2002) ou um Alone In The Dark (2005) e os apelidem de filmes de terror, quando comparados com O Exorcista não são nada. Nada. Absolutamente nada. São filmes de ação. Nada mais. Não basta colocar monstros feios na tela e mexer a câmara muito rápido para, conjuntamente com uma montagem esquizofrênica, dar a sensação de intensidade e desespero. Não, não é assim que se fazem filmes de terror. Não é assim tão fácil. Um verdadeiro filme de terror é um jogo complexo de imagem, som (ou silêncio), ângulos de câmara, fotografia e interpretação dos atores. Se quiserem aprender a fazer um filme de terror vejam O Exorcista. Não há como falhar. Está tudo lá. É um verdadeiro manual de instruções.


O Exorcista é tão aterrorizante e tão perfeito no seu terror que existe um rumor de que no ano do seu lançamento um desafio foi lançado ao público: quem fosse capaz de ver o filme, numa sessão noturna, completamente sozinho na sala, receberia uma recompensa bastante razoável em dinheiro. Claro que isto foi uma excelente forma de fazer publicidade do filme, mas querem saber o resultado? Ninguém se atreveu a aceitar o desafio. Ninguém foi capaz. Claro que os tempos eram outros e as pessoas não estavam habituadas a ver o que se vê hoje (eram bem mais sensíveis).


Indicado para 10 Prêmios da Academia (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Som, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Direção Artística), além de outros prêmios, O Exorcista marcou uma geração e deixou a sua marca na História do cinema. Este é um daqueles filmes que todas as pessoas que gostam de cinema devem assistir antes de morrer. É obrigatório. Simplesmente genial. Simplesmente único. Completamente aterrorizante.



TRAILER:



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8 de abril de 2012

ATRAÇÃO PERIGOSA (2010)



Direção: Ben Affleck
Elenco: Ben Affleck, Rebecca Hall, Jeremy Renner, Jon Hamm, Blake Lively


Três anos depois de Medo da Verdade (2007), eis que o ator/diretor Ben Affleck regressa à cidade de Boston para mais uma história onde a criminalidade e a degradação de uma sociedade muito particular são temas de destaque. E se Medo da Verdade era uma grande surpresa, este enérgico e surpreendente Atração Perigosa é a confirmação do talento de Affleck enquanto cineasta. Pode-se dizer que a opção pela função de diretor serviu como uma espécie de bote salva-vidas na sua carreira. Numa altura em que algumas performances terríveis, enquanto ator, estavam arruinando a imagem de menino bonito de Hollywood, Affleck arriscou saltar para a direção, nos restando apenas aplaudi-lo por tão arrojada decisão. Isto porque, apesar de Affleck ainda ter de trabalhar muito para se afirmar como um dos valores mais seguros da direção cinematográfica norte-americana, o seu talento atrás das câmaras parece ser muito evidente. Se continuar assim, e até pelos temas que parece privilegiar enquanto diretor, poderemos estar perante o nascimento do novo Martin Scorsese. Ou talvez até do próximo Clint Eastwood, já que o modo de filmar de Affleck lembra a forma segura e pungentemente dramática com que Eastwood aborda as suas histórias.


Mas vamos à narrativa. Atração Perigosa acompanha a vida de Doug MacRay (Ben Affleck de volta aos seus melhores dias enquanto ator) e seu bando de destemidos e ambiciosos ladrões de bancos. A forma de atuar do bando liderado por Doug é tão eficaz e impecável, que o FBI não consegue encontrar uma pista que possa incriminá-los. Num dos muitos assaltos a banco da cidade de Charlestown, porém, algo corre de maneira inesperada. James Coughlin (fantástico Jeremy Renner) – um dos comparsas de Doug – decide sequestrar Claire Keesey (sempre segura Rebecca Hall) – uma das gerentes do banco – para terem uma refém caso viessem a deparar-se com a polícia. E isto acaba se revelando um erro fatal. Pois, como mais tarde se descobre, Claire mora próximo ao bairro onde eles se refugiam e, como tal, poderá constituir um risco para o anonimato do bando. Pressionado por James, Doug encarrega-se então de espionar Claire, com o intuito de verificar se ela ficou com alguma ideia da identidade dos seus sequestradores. Até aqui tudo bem. Só que, involuntariamente, Doug acaba se apaixonando por Claire e isto torna tudo muito mais complicado. Doug começa a ver-se pressionado: do seu lado, James fica cada vez mais nervoso e quer se livrar de Claire; e do outro lado, Adam Frawley (destemido Jon Hamm) – um dos líderes do FBI – aperta cada vez mais o cerco às atividades do grupo de assaltantes.


Acima de tudo, Atração Perigosa aborda com frieza, competência e notável inteligência, um problema bem real do condado de Boston. As atuações dos atores (com maior destaque para Renner, que nos presenteia com uma interpretação verdadeiramente inquietante) são soberbas e a narrativa deixa-nos colados à tela do início ao fim da película. De certa forma, o filme pretende refletir sobre a forma como muitos jovens de Boston são obrigados a adotar um estilo de vida delinquente, para servirem aos barões da máfia irlandesa. Atração Perigosa reflete sobre esta problemática de forma extremamente sensível e, felizmente, sem nunca cair num estilo melodramático que tantas vezes atinge as produções do mesmo gênero. Aqui não há espaço para clichês ou lugares-comuns do gênero heist-movie (algo como filme de grandes assaltos, em português). E muito disto deve-se à direção firme por parte de Ben Affleck.


De fato, se não soubéssemos que o diretor era Affleck, dificilmente acreditaríamos que estávamos perante um filme dirigido por alguém relativamente inexperiente. É extraordinária a sobriedade e a segurança com que Atração Perigosa se desenrola. Não há qualquer dúvida: esta obra de Ben Affleck é filmada com certa aura de classicismo que nos encanta e que nunca nos enfada. As sequências de ação desenrolam-se com muito vigor e, apesar deste forte componente, Affleck nunca deixa que os tiros de metralhadora se sobreponham à componente dramática das personagens. De tal forma que, quando terminamos de assistir o filme, não recordamos de sequências espetaculares de assalto, mas da vertente dramática da película e da assombrosa atuação de todo o elenco de atores.


Por tudo o que já foi dito e por muito mais, Atração Perigosa é, sem qualquer sombra de dúvida, um dos melhores filmes estreados em 2010. Porém, é necessário apontar dois aspectos negativos. Por um lado, sente-se que falta qualquer coisa para que Atração Perigosa possa ser considerado um daqueles filmes que se tornam clássicos. Não sei ao certo o que lhe falta, mas nota-se que, apesar de tudo, a película é órfã de algo que poderia transformá-la numa obra eterna e inesquecível. E por outro lado, dada à quantidade de heist-movies presentes em toda a História do cinema, é impossível visionarmos este filme sem pensarmos que já vimos algo parecido… E a esse sentimento, nem o mais glorioso dos filmes pode escapar sem uma nota de ressalva.




TRAILER:


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4 de abril de 2012

COMPRAMOS UM ZOOLÓGICO (2011)



Direção: Cameron Crowe
Elenco: Matt Damon, Scarlett Johansson, Carla Gallo, Thomas Haden Church


A história de Compramos um Zoológico não é uma história original. Isso já sabemos antes de nos sentarmos na sala de cinema. No entanto, uma história original não é requisito de um bom filme. Facilmente se compensa um tema pouco criativo com uma abordagem inovadora, uma filmagem pouco ortodoxa ou diálogos inteligentes, por exemplo. Recomeçar a viver depois da perda de um ente querido e as várias fases do luto são temas que tocam à maior parte das pessoas, mas que, pela frequência com que já foram retratadas, só conseguem emocionar se tratadas de forma muito especial. Recentemente, o sub-valorizado Tão Forte e Tão Perto (2011) conseguiu tal feito. Consegue, ao longo de toda a película, provocar no público uma reação que Compramos um Zoológico só consegue num momento muito específico da trama.


O filme, dirigido por Cameron Crowe, de Jerry Maguire – A Grande Virada (1996) e Quase Famosos (2000), conta a história de Benjamin Mee e os seus dois filhos, que, após a morte da mãe, vão morar em um jardim zoológico, ao mesmo tempo que tentam superar a dor da sua ausência. “Why not?”, diz o protagonista a certa altura, quando lhe perguntam porque fez tal escolha. Aqueles 20 segundos de coragem, de que se fala por sucessivas vezes durante o filme, são tudo o que é preciso para se ultrapassar obstáculos e enfrentar de frente os problemas. Essa é a ótica do filme, é a mensagem positiva que quer passar. Nesse sentido, pode dizer-se que é um feel-good type of movie. E é mesmo. O problema é que não acrescenta nada de novo, nada que nenhum outro filme semelhante já não tenha apresentado.


Os melhores momentos são os de interação entre Benjamin e os filhos. Tanto Maggie Elizabeth Jones, como Colin Ford, os atores mirins do elenco, são para mim os destaques de Compramos um Zoológico. Ainda sobre o elenco, Matt Damon esteve bem, mostrando versatilidade, tal como Scarlett Johansson, apesar do fraco papel que lhe foi dado. Com a ressalva dos atores que interpretam os filhos de Benjamin, todos os outros estiveram bem, só isso, sem nunca conseguirem se sobressair. Também não o poderiam fazer; não tiveram oportunidade. O mesmo vale para a direção, que em nenhum momento consegue inovar.


Uma das últimas cenas, a da discussão entre pai e filho, além de ser a única que consegue puxar do espectador algum sentimento, é uma das mais realistas. Isto porque, no meio de clichês e fórmulas repetidas, o filme também não consegue proximidade com a vida real. A sensação é a de que nada daquilo, nada do que está passando com aquela família, a forma como reagem e interagem uns com os outros, pode ser real. Tanto as situações como os diálogos soam falso, em todos os momentos do filme, apesar de a história de Compramos um Zoológico ser verídica.


Compramos um Zoológico é igual a tantos outros filmes que vieram primeiro, com a mesma abordagem à de inúmeros filmes anteriores a ele. Não se consegue destacar de forma nenhuma, e esse é o seu maior problema. Além disso, anda sempre oscilando entre o dramático e o cômico, sem nunca realmente nos emocionar e sem nunca realmente nos fazer rir. Está sempre no meio, deixando-nos perto da absoluta indiferença; afinal, já sabemos como a história vai acabar, já a vimos dezenas de outras vezes.



TRAILER:


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