Direção Glenn Ficarra e John Requa
Elenco: Jim Carrey, Ewan McGregor, Leslie Mann, Rodrigo SantoroHá muitas maneiras de contar uma história e há histórias que merecem ser contadas seja de que forma for. É o caso da vida de Steven Russell, um golpista homossexual que cometeu fraudes por todos os Estados Unidos, tendo sido várias vezes preso e que conseguiu fugir das formas mais inusitadas. Esta história é verídica e Steven Russell, aqui interpretado por Jim Carrey, ainda é vivo, assim como o seu parceiro, Phillip Morris (Ewan McGregor).
Não sendo de todo um apreciador de Jim Carrey, confesso que este filme me surpreendeu bastante positivamente, devido a dois fatores habilmente conciliados: a versatilidade de Jim Carrey, que interpreta convincentemente todas as metamorfoses de tão singular personagem, desde o seu tempo de polícia - casado e pai de uma menina, até o sofisticado diretor financeiro, ou um doente terminal de AIDS, e ainda a capacidade de se narrar uma história muito interessante, mas profundamente trágica com tanto humor, conseguido sem recurso a banalidades. Sem qualquer pudor em caricaturizar o lado da homossexualidade aos olhos dos heterossexuais, esta é no fundo uma história de amor de um homem que se recusa a aceitar as limitações que a vida lhe impõe e com capacidade de subvertê-la de todas as formas. Steven Russel foi um artista da vida duramente punido durante o regime Bush num estranho e irônico exercício de valores.

Não se tratando certamente de uma obra marcante do cinema é talvez das narrativas mais interessantes que vi em filme nos últimos anos. Além do roteiro e das interpretações, poucos aspectos me parecem dignos de nota, mas a verdade é que o filme cumpre os seus objetivos, conta uma história bem contada e deixa-nos pensando sobre ela. Este filme foi apresentado no Festival de Cannes em 2009, assumindo claramente a sua intenção menos comercial.
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