Direção: Breck Eisner
Elenco: Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker
Pouco há a dizer sobre este filme. E muito por causa da sua completa falta de originalidade.
Seguindo a mesma desgastada fórmula de películas como Madrugada dos Mortos ou Terra dos Mortos, A Epidemia aproveita-se do gênero do terror/fantástico para deixar uma forte mensagem contra o alto poder dos governos que regem os países ocidentais. Esta mensagem é muito simples: numa hipotética situação apocalíptica, os governos pouco estariam se preocupando com o bem-estar do povo, optando por recompor a ordem da sociedade de uma forma bruta e pouco humanista. Tal mensagem tem a sua dose de pertinência. Porém, após dezenas de filmes praticamente iguais, todo o poder dessa mensagem desvanece e torna-se inócuo. Como consequência, apesar de estar bem filmado e de nos apresentar cenas dotadas de uma tensão interessante, A Epidemia emerge como um vulgaríssimo filme de zombies, sem qualquer ponta de originalidade nem capacidade para surpreender o espectador.
Infelizmente, sem qualquer ambição de incutir algo de novo a um gênero morto ou terrivelmente adormecido, a narrativa desenvolve-se da maneira habitual. Tudo começa com a introdução ao pacato quotidiano de um conjunto de personagens na pequena e remota vila de Ogden Marsh. David (Olyphant) – o Xerife da vila – vive uma existência relativamente tranquila até o dia em que um velho morador com histórico de embriaguez invade o campo de baseball da cidade com uma espingarda nas mãos. Forçado a matar o homem, David interpreta o incidente como um simples episódio isolado. Porém, homicídios estranhos abatem-se sobre a vila e todos começam a desconfiar de que algo de muito errado está acontecendo. Após a investigação de praxe, David suspeita que o abastecimento de água da vila está contaminado. E de fato, é o que se descobre mais a frente. A água está contaminada com uma arma biológica que provoca uma demência enraivecida em todos aqueles que a ingerem… Neste caso, todos os habitantes de Ogden Marsh. Algo que leva a tranquila vila ao descontrole e ao apocalipse.
É uma pena que este tipo de produções se contente com pouco. Os produtores jogam insistentemente pelo seguro, pretendendo vender pipocas e ganhar dinheiro com histórias mais que vistas e assustadoramente banais. Aqui não há qualquer espaço para se ser criativo, ou para surpreender o espectador com uma abordagem diferente. O problema é que estes senhores vêem o cinema exclusivamente como uma indústria e não como uma arte. Algo que os leva a temer novas e refrescantes abordagens. E assim sendo, A Epidemia oferece-nos apenas a habitual enxurrada de clichês banais e infantilizados. Ainda não vimos o filme e já sabemos como vai acabar; estamos olhando uma cena e já sabemos o que vai acontecer; no cinema, quando este fenômeno acontece é sempre mau sinal.
Em suma, não esperava que A Epidemia fosse uma obra-prima. Bem pelo contrário. Infelizmente, já estava à espera de mais um filme onde só os pobres de espírito podem sair da sala surpreendidos ou satisfeitos. Tecnicamente (na dinâmica de algumas cenas como a da lavagem do carro, e na caracterização de algumas personagens), A Epidemia consegue ser competente. Os experientes atores, como Olyphant e Mitchell, cumprem também o seu trabalho. Porém, no seu todo, a película resulta apenas em mais uma lenha para a enorme fogueira que está queimando um gênero adorado por milhares de pessoas em todo o mundo. E como tal, sendo eu uma dessas pessoas, só posso ficar imensamente aborrecido.
TRAILER:
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