Direção: Danny Boyle
Elenco: James Franco, Kate Mara, Amber Tamblyn, Clémence Poésy
De início, um filme como 127 Horas corria sérios riscos de se tornar um flop instantâneo. Apostar na produção de uma película que se apoia quase inteiramente nos talentos de um só ator durante mais de uma hora é, sem sombra de dúvida, uma aposta de risco para qualquer produtor de cinema. Este é daqueles filmes em que, mais do que qualquer outra coisa, o diretor tem de ser escolhido a dedo e com grandes doses de cautela. Pois entregue a um realizador, digamos, fraco, o projeto outrora ambicioso pode acabar em uma hora e meia de puro aborrecimento para o espectador menos tolerante. Obras como esta (que fazem lembrar, por exemplo, o agradável Náufrago (2000), de Robert Zemeckis) têm de possuir um diretor dinâmico, criativo e sem medo de cruzar as linhas do risco. Razão pela qual se pode dizer que a escolha de Danny Boyle para assumir as rédeas deste projeto foi uma decisão absolutamente brilhante por parte de quem o contratou.
Pois é justo afirmar que o realizador inglês possui todas essas características e muitas mais. Como já nos comprovou no passado com obras como Extermínio (2002), A Praia (2000), ou até mesmo Quem quer ser um milionário? (2008), Boyle é um diretor invulgar; um realizador cheio de garra, genialidade, e uma vontade imensa de surpreender o espectador com os seus planos de câmara e a sua paleta de cores tão quentes que quase nos fazem transpirar. Nas mãos de Danny Boyle, esta história (verídica) de um alpinista aventureiro que fica preso entre um conjunto de rochedos transformou-se num dos filmes mais destemidos e acelerados do ano.
Na Primavera de 2003, Aron Ralston (um James Franco em grande atuação) saiu de casa para mais uma aventura solo nas montanhas desérticas do estado de Utah, nos Estados Unidos. Sem dizer a ninguém para onde ia (como era seu costume), embrenhou-se nas referidas montanhas para mais um dia de isolamento e de afastamento da estressante loucura das grandes cidades. Ao passar por cima de um enorme rochedo, este desaba, arrastando-o consigo numa queda violenta até lhe prender a mão direita contra a parede de pedras. Incapaz de se libertar, Aron depressa compreende que se meteu numa grande enrascada. E assim começa uma jornada de 127 horas que põe à prova a vontade de viver do jovem alpinista.
127 Horas não é um filme que se deva aconselhar aos mais impressionáveis. Os relatos de espectadores que desmaiam nos últimos quinze minutos do filme se propagaram pelo mundo inteiro, deixando antever a brutalidade desses minutos finais. Filmado com a loucura (no bom sentido) e a irreverência a que Boyle já nos habituou, 127 Horas garante-nos uma boa dose de emoções fortes, misturada com momentos de tudo aquilo que um bom drama tem para nos oferecer. Não estamos perante uma película tão claustrofóbica quanto estava à espera. Mas ainda assim, e graças ao engenho do realizador britânico, 127 Horas insere-nos por completo no tormento do protagonista, fazendo-nos sentir a sua angústia com uma facilidade tremenda.
Claro que, aqui, o mérito é também muito de James Franco. O jovem ator de filmes como Homem-Aranha (2002), Tristão & Isolda (2006) e Milk (2008), atrai a simpatia do espectador mais carrancudo com uma destreza admirável, obrigando-o depois a sofrer consigo até ao fim. A sua construção de Aron Ralston é perfeitamente verossímil. Agora percebo porque Franco chegou a ser apontado como o favorito para o Oscar de Melhor Ator de 2011, afirmando-se como o principal competidor de Colin Firth pela gloriosa estatueta dourada.
Senhoras e senhores, se gostam de filmes que conseguem ser tão chocantes como comovedores, 127 Horas é o filme para vocês. A desconstrução da personagem principal é efetuada com sobriedade e grande mestria, a trilha-sonora de A.R. Rahman desempenha um papel crucial na exteriorização das emoções retratadas, e o roteiro de Danny Boyle e de Simon Beaufoy nunca deixa o espectador adormecer. Um justo candidato ao Oscar de Melhor Filme, que por tremenda injustiça, não viu o seu excepcional chefe de operações obter a merecida nomeação para Melhor Diretor do ano.
TRAILER:
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